terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Os "Pais" da SOCIOLOGIA: VILFREDO PARETO(n. 15 Jul.1848; m. 19 Ago.1923)


Vilfredo Pareto, nasceu em Paris, a 15 de Julho de 1848, a família de Pareto, era originária da Ligúria, e detinha o título de nobreza desde o início do século XVIII. Seu avô, Giovanni Benedetto Pareto, foi nomeado Barão do Império por Napoleão em 1811. Seu pai, recebeu asilo em Paris devido às suas ideias republicanas e antipiemontesas. Lá se casou com Marie Méténier.
Em 1867 a família de Pareto volta à Itália onde este conclui os estudos secundários clássicos e estudos científicos na Universidade Politécnica de Turim.
Durante o período de 1874 e 1892 vive em Florença, tendo sido engenheiro ferroviário e Director-geral das estradas de ferro italianas. Nesta época também participa da Sociedade Adam Smith em Florença e junto a esta em manifestações contra o socialismo de Estado, o proteccionismo e o militarismo do governo italiano. Era adepto, na época, da democracia e do liberalismo. Em 1882 é candidato ao cargo de deputado sem sucesso.
Em 1889 casa-se com Alessandra Bakunin.
Entre 1892 e 1894 publica estudos sobre os princípios fundamentais da economia pura, entre outros pontos da teoria económica. Em 1892, após contacto com L. Walras, este o indica para tomar seu lugar na cadeira de economia política da Universidade de Lausanne. Em 1893 assumiria o cargo.
Em 1897 executou um estudo sobre a distribuição de renda. Através deste estudo, percebeu-se que a distribuição de riqueza não se dava de maneira uniforme, havendo grande concentração de riqueza (80%) nas mãos de uma pequena parcela da população (20%).
Depois de separar-se de Alessandra Bakunin em 1901, passa a viver com Jeanne Régis em 1902.
A partir de 1907, por motivos de doença passa a reduzir, pouco a pouco, seu trabalho como professor.
Em 1923 Vilfredo Pareto é nomeado Senador do Reino da Itália. Publica então dois artigos nos quais se aproxima do fascismo recomendando aos adeptos desta ideologia uma atitude liberal.
Pareto introduziu o conceito de óptimo de Pareto e ajudou o desenvolvimento da microeconomia com a ideia de curva de indiferença.
A partir de então, tal princípio de análise, conhecida com Lei de Pareto, tem sido estendido a outras áreas e actividades tais como a industrial e a comercial, sendo mais amplamente aplicado a partir da segunda metade do século XX.
Na sociologia, Pareto contribuiu para a elevação desta disciplina ao estatuto de ciência. Sua recusa em atribuir um carácter utilitário à ciência, mas antes apontar para sua busca pela verdade independentemente de sua utilidade, o faz distinguir como objecto da sociologia as acções não-lógicas diferentemente do objecto da economia como sendo as ações lógicas.
A utilidade é o objeto das ações, enquanto que o da ciência é a verdade ao que Pareto se propõe a estudar de forma lógica ações não-lógicas, que, segundo ele, são as mais comuns entre os seres humanos. O homem para Vilfredo Pareto não é um ser racional, mas um ser que raciocina tão-somente. Frequentemente este homem tenta atribuir justificativas pretensamente lógicas para suas ações ilógicas deixando-se levar pelos sentimentos.
A relação entre ciência e acção para Pareto se dá directamente com as ações lógicas, uma vez que estas, ao se definirem pela coincidência entre a relação objectiva e subjectiva entre meios e fins (tal relação é verdadeira tanto objectivamente, constatada pelos fatos, quanto subjectivamente, presente na consciência humana, que conhece os fatos), está pautada pelo conhecimento das regularidades entre uma causa X e um efeito Y. No entanto, a ciência é limitada, ela conhece parte dos fatos e está em constante desenvolvimento, por isso, as ações baseadas nos conhecimentos produzidos por ela serem raras sendo mais frequentes as ações não-lógicas, que não conhecem a verdade dos fatos, mas que são baseadas nas intuições e emoções dos indivíduos e grupos.
Há, mesmo assim, probabilidades de sucesso nestas ações: aqueles que agem motivados por um ideal podem produzir efeitos objectivos na realidade, ainda que no curso de sua ação tenham que modificá-la para adaptá-la às circunstâncias até então desconhecidas.
É preciso, no entanto, ressaltar que a ciência não pode resolver os problemas impostos pela ação. Aquela não pode indicar quais os melhores fins para esta, pode somente indicar os meios mais eficazes para atingi-los uma vez escolhidos. A ciência, portanto, não se propõe a efectuar juízos de valor a respeito das ações individuais ou da organização social, não poderá solucionar seus problemas. Poderá sim criticá-los enquanto não-lógicos, ou seja, pautados numa relação falsa, não objetiva, entre meios e fins.
Vilfredo Pareto morreu com 75 anos, a 19 de Agosto de 1923, em Céligny, na Suiça (existem contudo outras localidades para a morte de Pareto, nomeadamente Genebra e Lausanne), mas este parece o local que reúne maior consenso.


Bibliografia

  • 1897 Cours d'économie politique
  • Xxxx  Le Marché financier italien
  • Xxxx  Écrits sur la courbe de répartition de la richesse
  • 1902  Les systèmes socialistes
  • Xxxx  Mythes et idéologies de la politique
  • 1906  Manuale di politica economica
  • 1911  Le mythe vertuiste et la littérature immorale, Paris, Rivière
  • Xxxx  Marxisme et économie politique
  • 1916  Trattato di sociologia Generale
  • 1920  Fatti e teorie, Florence, Vallechi
  • 1921  Transformazioni della democrazia Milão, Corbaccio

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